11 outubro, 2006

"Ah, compreendo! O patrão Vasques é a Vida. A Vida, monótona e necessária, mandante e desconhecida. Este homem banal representa a banalidade da Vida. Ele é tudo para mim, por fora, porque a Vida é tudo para mim por fora.
E, se o escritório da Rua dos Douradores representa para mim a vida, este meu segundo andar, onde moro, na mesma Rua dos Douradores, representa para mim a Arte. Sim, a Arte, que mora na mesma rua que a Vida, porém num lugar diferente, a Arte que alivia da vida sem aliviar de viver, que é tão monótona como a mesma vida, mas só em lugar diferente. Sim, esta Rua dos Douradores compreende para mim todo o sentido das coisas, a solução de todos os enigmas, salvo o existirem enigmas, que é o que não pode ter solução."
Bernardo Soares

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá! Seu nome é Bruno, não?

Bruno, gostaria de fazer-lhe uma pergunta sobre O Livro do Desassossego... Como você interpreta esse trecho tirado do livro?
E como poderia interpretar esse: "Prefiro o Vasques homem meu patrão, que é mais tratável, nas horas difíceis, que todos os
patrões abstractos do mundo."
Aguardo sua crítica!
msn: aramacy@hotmail.com
Ah! Meu nome é Jordana.